Réu por violência doméstica, vice-prefeito de Lages tem processo de impeachment anulado pela Justiça
Juiz entendeu que ação era baseada em decreto que valia apenas para prefeitos. Jair Junior chegou a ser preso em março por violência doméstica. Impeachment...

Juiz entendeu que ação era baseada em decreto que valia apenas para prefeitos. Jair Junior chegou a ser preso em março por violência doméstica. Impeachment do vice-prefeito de Lages O processo de impeachment contra o vice-prefeito de Lages, Jair Junior, foi declarado nulo pelo Poder Judiciário. O juiz entendeu que a ação foi baseada em um decreto-lei federal que só pode ser aplicado a prefeitos. Cabe recurso. A Câmara de Vereadores de Lages informou às 17h29 desta sexta-feira (11) que ainda não havia sido intimada oficialmente. "Assim que houver a devida intimação legal, o setor jurídico da Casa analisará a peça processual para tomar as medidas cabíveis", disse em nota. A cidade é a maior e mais importante da Serra de Santa Catarina. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Jair Junior é réu em um processo penal de violência doméstica e chegou a ser preso, em março. O pedido de impeachment foi feito por representantes de organizações ligadas aos direitos humanos. O documento diz que a conduta atribuída a Junior "configura infração político-administrativa" segundo o decreto-lei número 201/1967, que dispõe sobre a responsabilidade dos prefeitos e vereadores. Jair da Costa Teixeira Junior, de 30 anos, foi eleito junto da prefeita Carmen Zanotto, com 58,47% dos votos válidos. Ele também foi diretor-presidente da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa) e vereador em Lages 2016 e 2020. Jair Junior, advogado e vice-prefeito de Lages preso em flagrante por violência doméstica Redes sociais/ Reprodução Decisão Na decisão judicial, o juiz Sergio Luiz Junkes destacou que o decreto-lei 201/1967 vale apenas para prefeitos. "O impetrante não ocupou o cargo de Prefeito para que as sanções previstas no Decreto-Lei n. 201/1967 pudessem ser a ele aplicadas, daí decorrendo da ilegalidade do processo de impeachment", escreveu. A ação contra o vice-prefeito era baseada no artigo 4º, inciso X, que considera como infração político-administrativa de um prefeito "Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo". "Quando um agente público, investido de cargo eletivo, é acusado de tal prática [violência doméstica], a gravidade é ainda maior, pois transmite à população uma mensagem de permissividade e conivência com atos violentos e discriminatórios", escreveram as entidades no pedido de impeachment. Réu Em abril, Junior virou réu em uma ação penal por violência doméstica contra a ex-namorada, informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A denúncia, segundo o órgão, cita agressões, perseguições e cárcere privado. Segundo o MPSC, Jair se tornou réu em uma ação penal pelos seguintes crimes: duas lesões corporais; cárcere privado; perseguição; invasão a dispositivo de informática. Na época, a defesa de Jair Júnior alegou que a denúncia oferecida pelo MP não poderia ter sido divulgada, uma vez que o processo corre em segredo de justiça, e que há controvérsias que serão contestadas junto ao Poder Judiciário. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias