Por que reunião entre sócios terminou com dois corretores mortos em imobiliária no litoral de SC
Duplo homicídio aconteceu na terça-feira (1º) em uma imobiliária especializada em imóveis de frente para o mar em Balneário Piçarras. Corretores Thiago A...

Duplo homicídio aconteceu na terça-feira (1º) em uma imobiliária especializada em imóveis de frente para o mar em Balneário Piçarras. Corretores Thiago Adolfo e Deyvid Luiz Leite morreram. Corretores de imóveis são assassinados a tiros em Balneário Piçarras A morte a tiros dos corretores Thiago Adolfo, 29 anos, e Deyvid Luiz Leite, 46, durante uma reunião de negócios em uma imobiliária em Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina, é investigada pela Polícia Civil. Segundo a delegada Beatriz Ribas Dias dos Reis, Deyvid tinha se tornado sócio da empresa há cerca de um mês. Ele teria sido apresentado por Thiago ao dono da imobiliária, Ralf Junior Dombek Manke, preso suspeito do crime. O autor do duplo homicídio estava negociando a venda de parte da imobiliária dele para novos sócios. Os três estavam reunidos para tratar do atraso no pagamento de uma das parcelas. Os três estavam sozinhos na sala onde os assassinatos aconteceram (veja abaixo quem eram as vítimas e quem é o suspeito). ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Veja o que se sabe e o que falta saber sobre o caso Além de Ralf e Deyvid, a empresa tinha um terceiro sócio, que é ouvido na investigação como testemunha. Ele estava na imobiliária no momento do crime, mas em outro ambiente. "A reunião que teria sido marcada no local era só entre os três sócios, e o Thiago aparece lá, mas são questões que ainda precisam ser melhor aprofundadas", explica a delegada. Veja abaixo quem eram as vítimas e o suspeito do crime que ocorreu na tarde de terça-feira (1º). Thiago Adolf, Deyvid Luiz Leite e Ralf Junior Dombek Manke Redes sociais/ Reprodução e NSC TV/ Reprodução Deyvid Luiz Leite Um dos corretores morto a tiros era o cantor sertanejo Davi Magalhães, da dupla Davi e Daniel. Davi Magalhães era o nome artístico de Deyvid Luiz Leite, 46, cantor que se destacou na cena sertaneja catarinense com carisma e uma voz marcante. O artista chegou a gravar com a cantora Luiza Martins, no ano passado. Os dois lançaram a música "Apaixonei e Não Foi Pouco". Davi magalhães, nome artístico de Deyvid Luiz Leite, que fazia parte da dupla Davi e Daniel. Reprodução/Instagram/@dupladaviedaniel A dupla tinha dado um tempo e, recentemente, Davi, que também tinha se afastado do trabalho na música, anunciou o retorno à carreira musical. Com isso, ele tinha apresentado seu novo parceiro, o novo Daniel do dueto. O cantor já tinha se destacado no cenário catarinense com um estilo que mesclava o sertanejo tradicional e romântico. Além disso, também já tinham gravado uma parceria com João Neto & Frederico. Ele morava em Garuva, cidade no Norte do estado onde também trabalhou como servidor público. Ele foi diretor de Saneamento Ambiental e diretor de Desenvolvimento Econômico no município. LEIA TAMBÉM: Dono de imobiliária era CAC e não tinha autorização para usar arma fora de clube de tiro Corretor foi assassinado um mês após virar sócio de imobiliária Equipamento que grava imagens de câmeras de segurança foi removido antes do crime Thiago Adolfo Também morto a tiros, Thiago Adolfo, 29 anos, se descrevia em uma rede social como especialista em investimentos imobiliários e dizia atuar no mercado há sete anos. O perfil misturava registros profissionais e pessoais. Entre as publicações, havia frases relacionadas à carreira de corretor imobiliário e fotos com carros e motos de luxo (veja foto abaixo). A relação dele com a imobiliária em questão não foi divulgada pela Polícia Civil. Thiago Adolfo era corretor de imóveis no litoral de SC Redes sociais/ Reprodução Ralf Junior Dombek Manke O homem suspeito do duplo homicídio é Ralf Junior Dombek Manke, de 37 anos, dono da empresa que estava em negociação, focada na venda de imóveis de frente para o mar. À polícia, Ralf informou que o crime foi motivado por uma dívida financeira de cerca de R$ 25 mil e que teria agido em legítima defesa após ter sido agredido pelas vítimas durante a reunião. Segundo a delegada Beatriz Ribas, Ralf tinha autorização de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas não podia portar arma de fogo fora do clube de tiro. Em nota, a defesa dele disse que ele foi ameaçado e agiu em legítima defesa. "Após os disparos, Ralf acionou imediatamente a Polícia Militar, informou sua localização e se entregou espontaneamente" (veja a íntegra da nota mais abaixo). Ralf Junior Dombek Manke é suspeito de duplo homicídio em imobiliária de SC Reprodução/NSC TV Prisão e motivação Após o crime, policiais encontraram o suspeito em um carro em um posto de combustíveis. No veículo, também foram encontrados vestígios de sangue na roupa do suspeito e uma pistola. Segundo a delegada, o autor do crime estava negociando a venda de parte da imobiliária dele para novos sócios. Os três estavam reunidos para tratar do atraso no pagamento de uma das parcelas. "Ele teria se desentendido e, acreditando que os dois indivíduos que estavam na sala, na imobiliária, pudessem estar armados, pois estavam de jaqueta, ele teria desferido os disparos contra os dois. Ele alega legítima defesa. Isso vai ser questionado, porque não tinha outra arma na cena do crime além da arma do autor", afirmou a delegada. Os celulares das vítimas, do autor e de uma testemunha foram apreendidos. O que diz a defesa Confira abaixo a íntegra da nota da defesa de Ralf Dombek Manke. O advogado Dr. Rodolfo Warmeling assumiu, na última sexta-feira (4), a defesa de Ralf Manke, ex-militar e corretor de imóveis, investigado pelo homicídio de dois corretores durante uma reunião de negócios na cidade de Balneário Piçarras (SC). A defesa destaca que Ralf conhecia uma das vítimas, Thiago, há cerca de três anos, e mantinha com ele uma relação estritamente profissional. Após um arrombamento em sua imobiliária no fim de maio, que gerou sérios prejuízos, Ralf decidiu vender o ponto comercial. A negociação foi intermediada por Thiago, que indicou dois interessados: Deyvid Luiz Leite (uma das vítimas) e Rafael. Apesar da assinatura do contrato, apenas parte dos valores foi quitada. Deyvid permaneceu inadimplente, e a pressão para o cumprimento do acordo aumentou. Segundo apurado pela defesa, os três homens teriam articulado diversas tentativas para atrair Ralf para fora da cidade, com o objetivo de ameaçá-lo — fatos confirmados por mensagens e áudios que já estão em poder da equipe jurídica. No dia do ocorrido, Ralf foi chamado até sua antiga imobiliária. Lá, teria sido surpreendido, em desvantagem numérica, e tendo sua integridade física e de sua família ameaçada. Em legítima defesa, reagiu. Após os disparos, Ralf acionou imediatamente a Polícia Militar, informou sua localização e se entregou espontaneamente. A equipe de defesa já identificou elementos relevantes para o esclarecimento do caso: * O equipamento de gravação da imobiliária foi retirado antes do crime, sem o conhecimento de Ralf. * Há registros de ameaças veladas por parte de uma das vítimas dias antes do fato. * Uma das vítimas possui antecedentes por lesão corporal gravíssima em Curitiba (PR), com contexto semelhante de cobranças e ameaças. * Conversas e áudios revelam o comportamento agressivo dos envolvidos durante a cobrança de dívidas. A defesa colabora ativamente com as investigações e confia na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, acreditando que, no momento oportuno, os fatos serão devidamente esclarecidos e a tese de legítima defesa confirmada. Ralf Manke é primário, sem antecedentes, ex-integrante do Exército Brasileiro e possuía registro da arma utilizada. Blumenau (SC), 7 de julho de 2025 Dr. Rodolfo Warmeling OAB/SC 63.142 ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias