PMs são presos por cobrar dinheiro para não capturar foragido detido depois com R$ 5 milhões em SC
Foragido suspeito de fraude bilionária é encontrado com mais de R$ 1 milhão em espécie dentro de hotel de SC PM/Divulgação Dois policiais militares de San...
Foragido suspeito de fraude bilionária é encontrado com mais de R$ 1 milhão em espécie dentro de hotel de SC PM/Divulgação Dois policiais militares de Santa Catarina foram presos suspeitos de cobrar dinheiro para não prender o foragido José Osvaldo Dell'Agnolo, conhecido como 'Lobo do Batel'. Conforme o auto de prisão, Bruno Israel dos Santos Czerwonka e Milton Prestes dos Santos Junior foram atender uma denúncia que dava conta do paradeiro do homem em um hotel de luxo, mas saíram do local com R$ 500 mil e 100 mil dólares. O caso aconteceu no sábado (6) em Itapema, no Litoral Norte. Segundo o comando da PM, Dell'Agnolo tem envolvimento com crime financeiro bilionário e organização criminosa. Ele foi detido no mesmo dia com R$ 5 milhões em dinheiro após a polícia ser acionada novamente ao hotel e, desta vez, executar a prisão. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Os PMs foram presos ainda no sábado, passaram por audiência e tiveram o flagrante convertido em prisão preventiva. O 31º Batalhão afirmou que eles são suspeitos de concussão e prevaricação (íntegra no fim do texto). A reportagem questionou se os valores supostamente levados foram recuperados, mas não teve resposta. Procurados pelo g1, os advogados da Associação dos Praças de Santa Catarina (APRASC), Mariana Lixa e Gildo Martins, informaram que o jurídico da associação não responde mais pela defesa dos dois. A reportagem não conseguiu contato com o atual defensor dos investigados. Foragido suspeito de fraude financeira é preso com mais de R$ 5 milhões Grupo é suspeito de movimentar mais de R$ 1 bilhão em esquema financeiro O mandado contra Dell'Agnolo foi expedido pela Justiça Federal de Curitiba na semana passada. Segundo a Polícia Federal, ele é apontado como chefe da organização que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão e causou prejuízo a centenas de vítimas (assista abaixo). A reportagem também não conseguiu contato com a defesa de Dell'Agnolo. Empresário suspeito de golpes financeiros é preso Denúncia Conforme o auto de prisão, o qual a NSC TV e o g1 tiveram acesso, os militares foram até o hotel por volta das 8h de sábado para atender uma denúncia sobre a presença de um homem usando nome falso no local. Eles, porém, teriam encerrado a ocorrência como averiguação de pessoa em atitude suspeita e o liberaram. Logo depois, a PM recebeu outra denúncia e outros policiais foram ao local, identificando que existia um mandado de prisão em aberto em desfavor dele. “Diante dessas Informações a guarnição do PPT e agência de Inteligência foram cumprir o mandado de prisão; que durante entrevista com o preso, este revelou que os dois policias responsáveis pela ocorrência da manhã teriam subtraídos uma quantia aproximada de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e alguns dólares”, cita o documento. Com essas informações, os policiais foram questionados e não apresentaram versões coerentes. Com isso, os dois foram presos em flagrante. Relato do foragido Em depoimento, Dell'Agnolo relatou estar dormindo quando os policiais entraram no quarto do hotel e perguntaram "quanto vale sua liberdade". Como resposta, ele teria dito R$ 500 mil e ainda separou o dinheiro que estava na mala, tendo dado ainda outras notas em dólar. O foragido disse ainda que questionou os policiais sobre a existência de um mandado de prisão em aberto, quando um dos militares mostrou um texto na tela do celular. Afirmou ainda que os agentes saíram do local e que ele ficou em estado de choque (leia mais abaixo). Trecho do depoimento de foragido por golpe financeiro que teria dado dinheiro a Polícias Militares Reprodução Manutenção da prisão No despacho sobre a audiência de custódia, a juíza Patrícia Solino dos Santos autorizou a quebra de sigilo telefônico dos PMs e manteve a prisão, citando a gravidade do caso e destacando a “elevada possibilidade” dos policiais interferirem na investigação. “Importante destacar, ainda, a elevada possibilidade de os conduzidos, se soltos, ajustarem versões e até mesmo influenciarem no regular andamento das investigações, com constrangimento, intimidação, persuasão e influência sobre testemunhas e funcionários do hotel, uma vez que são policiais militarem em serviço”. O que disse a PM A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), por meio do 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM), informa que, na tarde de sábado, 5, na cidade de Itapema, dois policiais militares foram detidos suspeitos de terem cometido os crimes de concussão e prevaricação, após o atendimento de uma ocorrência. A Justiça manteve a prisão preventiva dos militares, até elucidação dos fatos iniciais. Eles ficarão custodiados na sede do 31º Batalhão da Policia Militar, em Itapema. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias